Filmes

Entrevista

Omelete Entrevista Jerry Bruckheimer

Produtor fala sobre Força G - 3D

13.08.2009, às 17H00.
Atualizada em 17.11.2016, ÀS 08H59

Nascido em Detroit no ano de 1945, Jerry Bruckheimer é conhecido em Hollywood como o Sr. Blockbuster. No seu currículo estão filmes como Um Tira da Pesada (1984), Top Gun - Ases Indomáveis (1986), Os Bad Boys (1995), A Rocha (1996), Pearl Harbour (2001) e a trilogia Piratas do Caribe, entre diversos outros projetos. Na TV, seu sucesso não é menor produzindo séries como C.S.I. (e seus derivados), Without a Trace, Cold Case e Eleventh Hour. Agora ele tem um novo tipo de projeto para se glorificar: as animações 3D feitas por computação gráfica. Força G estreou nos Estados Unidos em primeiro lugar, tirando Harry Potter e o Enigma do Príncipe do topo do pódio.

Na entrevista abaixo, que aconteceu no escritório da Disney na Califórnia, ele fala sobre essa primeira experiência com o 3D e em fazer um longa-metragem para as crianças. Veja como foi:

Força G

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Força G

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Força G

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Força G

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Por que é importante pra você fazer esse filme em 3D, e qual a diferença do 3D hoje e o que ele era há alguns anos?

Jerry Bruckheimer: Bom, eu acho que a tecnologia hoje está muito melhor. Você não fica com o olhar fatigado da projeção e de toda tecnologia. Nós estamos fazendo coisas nunca feitas antes, considerando o 3D. E é muito emocionante poder trazer novidades para uma platéia, especialmente por este ser um filme infantil, então é ótimo. Eles amam, se agarram à história e se divertem muito assistindo.

Desde o começo, o que te fez comprar a ideia?

O James Cameron me convidou pra ir na casa dele e me mostrou o que estava fazendo com 3D, me mostrou um monte de testes que ele tinha feito, e foi muito bom, acrescenta uma nova experiência para a platéia. E é isso que nós tentamos fazer. Nós tentamos atrair o maior número possível de pessoas e tentamos mostrar a elas novas experiências.

O que o Sr. Cameron te mostrou?

Ele me mostrou alguns testes que ele tinha feito, não para o filme dele, só alguns testes de várias cenas que ele realmente filmou em 3D, que eu achei maravilhosas. Nós não filmamos realmente em 3D. Já que toda a nossa parte de animação é feita digitalmente, é fácil converter para 3D, mas os atores foram filmados com tecnologia convencional.

Eu estou curioso se esta experiência com o 3D te influenciou para possivelmente pegar qualquer outro filme seu no futuro e ir para a mídia 3D.

Sim, eu gostaria muito. Sabe, vai depender da velocidade em que os cinemas trocarem seus projetores normais por projetores 3D. Esse processo ficou mais lento agora com a economia, não está indo tão rápido como nós achávamos.

Você consegue ver algo Piratas do Caribe 4 ou algum dos seus próximos filmes já em 3D?

É possível. Tudo é possível.

Você acha que o 3D poderia migrar para a TV em alguns anos ou seria difícil demais?

Eu acho que isso é um pouco mais difícil, sabe, mas olha, qualquer coisa é possível. Eu fui ao Consumer Eletronics Show há uns três anos e eles estavam mostrando videogames em 3D. Sabe, é fantástico jogar com aqueles carros de corrida, todos em 3D. Mas eu não sei se isso chegou ao mercado consumidor ainda. Eu não tenho visto. Talvez já tenha chegado ao Japão, mas com certeza ainda não chegou aqui.

Como é esse lado do negócio, quando você compara o roteiro, o diretor, os cineastas com quem você está trabalhando e a tecnologia?

Bem, a coisa mais importante é a história, os personagens, a temática. Não importa o quanto você exagere na produção e tal, se essas coisas não funcionam, não importa... qualquer tipo de enfeite que você coloque, 3D ou outra coisa. É tudo baseado na história e nos personagens.

Como um produtor, quando surge uma nova mídia como 3D, deve ser muito empolgante, mas ao mesmo tempo é caro e difícil de consegui-la. O que é mais importante pra você?

Bom, sempre que eu consigo trazer algo novo e fresco para a platéia, é empolgante para nós. Cada vez que você consegue melhorar a experiência de ir ao cinema, e se você consegue acertar com a história e os personagens, então você estará acrescentando algo novo.

Quanto tempo você acha que vai demorar para a tecnologia 3D se tornar uma grande tendência com os filmes normais e quando você acha que vai acontecer?

Eu acho que a economia tem um peso muito grande nisso, então se a economia melhorar no próximo ano mais ou menos, e esperamos que mude mais cedo que isso, vai acontecer bem rápido. Mas como eu disse, vai depender da economia. Mas, felizmente para nós, os filmes estão em alta, a audiência nos cinemas cresceu nos últimos três ou quatro meses, então isso é muito bom. Então quem sabe isso movimente a conversão para projetores 3D mais rápidamente.

Talvez eu esteja esquecendo alguma coisa, mas eu não me lembro de você fazer alguma coisa para uma platéia tão jovem. Tentar atingir essa faixa etária é uma experiência completamente diferente?

É, eu ainda estou descobrindo isso. [risos] Ainda estou trabalhando nisso. Com certeza é uma experiência muito diferente. Sabe, muitas das coisas que eu gosto, e algumas coisas que nós filmamos, fica violento demais para esse público. Mas não pelas crianças, elas querem ver, querem mais! São os pais que dizem "Eu não quero que meu filho veja isso", e aí, duas semanas depois, ele vai estar assistindo em DVD na casa de um amigo. Então eles assistem. Mas os pais, quando as crianças estão nessa faixa entre 5 e 7 anos de idade, é que tomam as decisões. E aí tem o fator da insistência, as crianças vêem o filme em vários comerciais na TV e ficam insistindo e insistindo com os pais até que eles os levem ao cinema pra assistir. Então é um processo diferente para eu entender.

Pessoalmente, qual seu gênero preferido?

Eu? Eu ainda gosto das coisas grandes, de ação. Quando o Hoyt Yeatman criou esse filme, foi baseado no seu filho de 6 anos que um dia chegou da escola com um porquinho da índia e disse "Não seria legal se esses caras fossem Forças Especiais?" [risos] E tivessem poderes e tal? E o Hoyt disse sim e começou a desenvolver a ideia, pediu pra um artista desenhar os vários personagens que você vê no filme. É bem próximo do que ele tinha imaginado. E eu adoro os personagens. Amo o conceito. Eles são tão fofos, tão bonitinhos. E quando você vê tudo finalizado... Aquele pedaço com as cerejas, a cena em que ele come as cerejas e como aquilo é expressivo. Imagine o filme todo assim, o jeito que eles movem as mãos, e aí o pelo se mexe, e aí os olhos... É fantástico de assistir.

Por que você escolheu esse elenco para as vozes?

Bom, o Nick já tinha feito vários filmes conosco. Eu enviei o roteiro pra ele e ele escolheu o personagem que gostaria de interpretar. Ele queria ser a Toupeira. [risos] Eu acho que ele é um cara engraçado. E adoro aquele personagem. E o John Favreau tem uma voz maravilhosa, ele interpreta o Hurley. Ele tem uma voz macia e meio engraçada. É um elenco muito diferente, e um jeito diferente de fazer o casting também, eles te mandam fitas de voz e você ouve no computador. Sem ver os rostos, só ouve a voz. E o que nós fizemos também foi pegar de outros filmes, então você tem uma seleção grande de atores e faz a escolha apenas baseado na voz.

E por que a Penelope Cruz? Ela nunca havia feito uma dublagem antes, e eu não sei se ela é ideal para a plateia americana.

Ela é uma maravilhosa atriz, e dublar também é atuar.

E é um personagem espanhol, e ela também fala espanhol em algumas partes do filme...

Sim. Foi apenas o jeito que o personagem foi criado. Sabe, o personagem sempre foi hispânico.

Você pediu pra Penelope ser a voz em outras línguas também ou ela será só na versão em inglês?

Isso eu não sei, ainda não chegamos nesse ponto, do que vamos fazer em outros países.

Você estava falando sobre a economia, você acha que os atores estão mais dispostos a fazer filmes de animação?

Isso se deve a dois fatores: 1. O sucesso de algumas dessas animações; 2. É mais fácil para os atores. Eles trabalham quatro, cinco dias num filme desses e acabou, além de ir promover o filme. Então, eles não ganham nem perto do que normalmente ganham pela imagem, mas é um trabalho interessante para eles e é criativo, então eles se divertem. E também a verdade é que muitos desses atores têm filhos e a maioria dos filmes que eles fazem as crianças não podem assistir. Então é ótimo quando eles têm um filho de quatro ou cinco anos e fazem um filme pra eles porque daí eles viram os heróis da casa.

Falando em crianças de quatro a seis anos, um outro projeto que você está trabalhando é o Cavaleiro Solitário, que tradicionalmente era voltado para crianças pequenas nos anos cinquenta. É assim que será o seu? Ou você irá para uma audiência mais parecida com Piratas do Caribe?

Não, vai ser uma audiência mais Piratas do Caribe. É para todo mundo. Mas não é voltado para os mais novos. É tipo de oito anos pra cima.

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